Em homenagem aos nove anos do Caiu a
Ficha, crew responsável por uma das melhores baladas de Black Music de
Curitiba, a revista FreeX entrevistou Allan Teixeira, o cara que criou o evento
e abriu a cabeça da cidade para o hip hop.
Como surgiu a ideia do Caiu a Ficha?
A idéia surgiu de três amigos
acostumados a fazer eventos. Na época, eu tinha acabado de fechar o Arsenal Pub
(2002), e ia muito para Floripa. Lá, o Hip-Hop dominava as melhores noites da
cidade. Isso não acontecia aqui em Curitiba, onde o forte era o eletrônico,
reggae, poprock e até o Hardcore. Junto
com um amigo que tinha acabado de se formar em Publicidade, Felipe Guiss,
comecei a procurar um lugar que se enquadrase em nosso projeto. Acabamos
chegando a outro amigo, o proprietário do John Bull Pub, Cahue Carvalho, e apresentamos
o projeto para ele. No começo, o pessoal do John Bull não botou muita fé por se tratar de Hip-Hop, mas aceitaram fazer
apenas no porão com uma banda de Rock’N’Roll em cima. Quando começamos a
divulgação do evento, a procura foi tão grande, que em cima da hora aceitaram
fazer apenas Hip-Hop no porão e tirar o rock das terças. Foi assim que tudo
começou, no dia 1° de abril de 2003, mais precisamente.
Qual o objetivo?
Criar uma noite de Black Music para um
público mais eletizado em Curitiba. As
principais casas noturnas da cidade
antes só pensavam em difundir a música eletrônica, o objetivo era mostrar para todos que o Hip-Hop também tinha
que ter espaço.
Allan Teixeira: idealizador do Projeto Caiu A Ficha! |
Por que festas de hip hop?
Apostamos e sempre acreditamos na Black
Music como um estilo sensual e agradável para as pistas de dança de boates e
bares! E o fato é que até hoje a cena continua
invadindo literalmente lugares antes impenetráveis. O Rap deixou de ser apenas uma manifestação cultural
exclusiva das comunidades negras, e se tornou algo apropriado a toda e qualquer
cultura.
E por que o nome “Caiu a Ficha”?
Porque na época (2003) não existiam noites Black nessa
pegada em Curitiba. Enquanto em outras capitais como São Paulo e Florianópolis
já estavam bombando. Então, por que não fazer uma? Caiu a Ficha, Hip-Hop em
Curitiba!!!
Como selecionou os DJs que fariam parte do movimento?
Quando comecei a trabalhar com o Hip-Hop não conhecia
muitos djs em Curitiba. O primeiro Dj residente do Caiu a Ficha foi meu amigo
Fabiano Etê. No verão antes do primeiro
ano do Caiu a Ficha, passamos alguns dias no Farol de Santa Marta e ele demostrou
profundo conhecimento de artistas. Assim, também aconteceu com outro amigo, o
Edgar Kleiner, que também tocou nos primeiros anos de Caiu a ficha. Com o passar do tempo, começamos a conhecer os
Djs da cidade, e por indicação entrou o Dj Jeff Bass pra compor o nosso Crew. Jeff Bass já era muito experiente na época, e
teve influência direta na evolução dos Djs Caiu a Ficha e, consecutivamente, de
Curitiba. Hoje em dia, o Dj Ploc é o dj oficial do Caiu a
Ficha.
Quais as dificuldades de levar esse projeto adiante?
A principal dificuldade foi o preconceito. Curitibano
adora rotular e falar de tudo e de todos. É engraçado, durante esses anos
sempre escutei por aí que o Caiu a Ficha é Hip-Hop de boy pra uns e que é Hip-Hop de mano
pra outros. É difícil agradar a todos por aqui. O Caiu a Ficha sempre foi,
simplesmente, para todos que apreciam o bom da Black Music. Quem acompanha
nossos eventos sabe do que estou falando.
Quando começou, você imaginou que duraria tanto tempo?
9 anos? Em uma cidade onde é difícil manter uma balada
por dois anos, não teria como imaginar isso. No começo, todos apostavam que era
uma modinha na cidade e que já ia morrer. Por mais incrível que pareça, estamos
até hoje com eventos Caiu a Ficha rolando. Sexta Feira, 9 de Novembro, FESTA 9
ANOS CAIU A FICHA!
Você já pensou em ser DJ?
Já tive umas aulas com o Dj Ploc, apesar de não levar muito
jeito, tenho vontade de aprender a tocar. Mas profissionalmente nunca
pensei. Minha função nos eventos é
outra, tocar eu prefiro deixar pra eles, cada um com seu trabalho.
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